Humilde ele nasce primeiro
e toca firme a terra fria
no ligeiro instante da manhã risonha
com uma delirante paixão hostil
Envaidecido fervor que cria na manhã
milhões de amores, dores e rancores
pois a cada raio que ali desabrocha
beija a amante lua entristecida
preenchida por um carinho inerte
proibida de ter ali consigo
o amante das manhãs entorpecidas
É fugaz o que temos aqui
como o dia que dá lugar à noite
roubando dos amores o seu tempo e o seu querer
faz-se um sorriso por um instante
e se vai como um sonho
infantil, intenso e ardente
na hostil paixão das manhã de hoje.
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